"Teófilo Rego, personalidade portuense do século XX2, nasceu no Brasil, a 2 de Julho de 1914. Em 1924 veio para Portugal, com a mãe e dois irmãos, num barco de carga, como repatriado. No ano de 1944 decide abandonar as Oficinas onde aprendeu grande parte do seu saber na área da gravura, fotogravura e tipografia, e decide trabalhar nas oficinas da Lito Maia, como fotógrafo de fotolito, durante dois anos. Após este período, opta por desenvolver obra própria, montando, para tal, um estúdio fotográfico. O primeiro teve lugar na Rua da Alegria, 482, cuja renda mensal rondava os 700$00 mensais. O seu trabalho começou por ser executado com um ampliador 13x18 e uma prensa 9x12, em madeira, ainda existentes, construídos por si próprio. O mesmo aconteceu com os iluminadores, construídos numa base metálica branca e compostos por cinco lâmpadas fluorescentes de 1,20 mt, cada uma, bem como tripés e suportes necessários para a execução do seu trabalho. O início do seu trabalho incidiu na realização de clichés fotomecânicos para gravadores de etiquetas e tudo o resto que aparecia. Pode dizer-se que Teófilo Rego fora uma verdadeiro artista pela eficácia e competência do seu trabalho. Com o material anteriormente apresentado conseguiu executar incríveis ampliações para uma exposição do arquitecto Marques da Silva, na Escola Superior de Belas Artes, num total de 120 ampliações, cujas medidas variavam entre 50x60 cm até aos 2 metros. Com o empenho profissional que o caracterizava executou várias ampliações e clichés para um stand da Primeira feira do Palácio de Cristal (hoje Pavilhão Rosa Mota), para a Vouga Alimentação. O trabalho era fotografar várias espécies de animais, dado que era necessário mantê-los imóveis para fotografá-los. Tarefa árdua, mas concretizada. Estas ampliações, que tinham de ser feitas em tamanho real ao do animar fotografado, foram realizadas com luz difusa (sem condensador). A genialidade foi-lhe sendo reconhecida e o trabalho começou também a surgir, até que conseguiu comprar a sua primeira máquina Linhof 9x12, “a um doutor, por vinte e quatro contos”3. Estava equipada com chassis e objectivas e com ela fez uma obra sobre Viana do Castelo." Duarte Ribeiro Fundação Manuel Leão