(...) Nesta série, o afastamento do figurativo e a dissipação do referente, segue de encontro a uma conceptualização da superfície, ensaiadas num plano contíguo, onde a pintura se apresenta cansada, sem brilho e sem profundidade — para enfatizar a abstração e reinventar a espacialidade única criada por esta máquina. Em burning dinosaur bones podemos intuir outras imagens e obsessões, como são exemplo as viaturas acidentadas fotografadas por Mateo Pérez Correa em Siniestros (2015), os interiores de automóveis (des)habitados de Matthew Casteel, os Badly repaired cars (2016) de Ronny Campana, ou em Karma (2014) sobre a privacidade que Oscar Monzón interrompeu e iluminou, durante cinco anos, nos semáforos de Madrid. Em todos, o veículo que Roland Barthes comparou a uma grande catedral gótica, já não representa a conquista da velocidade nem dá forma à aceleração, não é objecto fetiche nem símbolo de contra cultura, mas rende-se ao paradoxo da imobilidade que a fotografia lhe impôs, monumentalizando o reflexo do seu consumo, valorizando a sua singularidade ao invés da equivalência e registando o que resta depois da glória. (...)» Susana Lourenço Marques, 2019
Título: Burning dinosaur bones
Edição: 1ª
Número de páginas: 32
Ano: 2019
País: Portugal
Cidade: Porto
ISBN/ISSN: 978-989-54156-5-6
Largura (mm): 170
Altura (mm): 230
Tipo de capa: Capa flexível
Tipos de encadernação: Agrafos na Espinha
Tipo de capa externa: Capa Arquivo
Tipos de impressão: Offset