Os projectos de Nuno Cera centram-se na matéria que compõe as cidades: nos edifícios que as habitam e no frenesim solitário dos seus residentes. Muito concretamente na degradação da vida urbana. Frisam também a nossa condição de mortais, eternamente a deambular por um caminho determinado (incapacitados que somos para a quietude), mas irrelevante face ao inevitável peso da morte. Foca o que faz de nós eternos nómadas errantes e quase inevitavelmente potenciais fantasmas (almas que recusam reconhecer a própria morte).
Título: Fantasmas
Número de páginas: 137
Ano: 2006
País: Portugal
Cidade: Lisboa
ISBN/ISSN: 978-972-8944-08-7
Largura (mm): 210
Altura (mm): 260
Tipo de capa: Capa flexível com sobrecapa
Tipos de encadernação: Brochura
Tipos de impressão:
Notas gerais: A Galeria 2 do 1º Piso do Centro de Exposições do CCB transformou-se numa espécie de black box especialmente concebida para a mostra; um design expositivo que potencia muito a exibição dos vídeos, das fotografias e dos desenhos que compõem a exposição “Fantasmas” de Nuno Cera (comissariada por Nuno Crespo). O primeiro confronto com o vídeo “Untitled (Iris with Tropicamide)” - que projecta o olho do artista com 2 metros de diâmetro – cria um efeito colossal e intimidatório que sugere que o espectador está a ser observado e que, simultaneamente, lhe é permitido mergulhar dentro do gigantesco globo ocular de modo a contactar com os mecanismos de captação e projecção que caracterizam os projectos de Nuno Cera. Em frente ao vídeo a fotografia “Being Anywhere #9” exibe uma câmara de filmar e alude à metáfora de que, mecânicos ou fisiológicos, os processos de percepção são sempre manipuláveis. Se os olhos são o espelho da alma, então o artista despe-se e pede ao espectador uma entrega semelhante - a disposição de abandonar o voyeurismo e olhar para dentro de si próprio.